Protocolos de comunicação de API: o lado técnico nos bastidores

Protocolos de comunicação de API: revelando nossa intrincada conectividade

Em um mundo no qual os desenvolvimentos web e de software são contínuos, o papel das APIs (Application Programming Interfaces) se torna cada vez mais decisivo. APIs são os condutores pelos quais diferentes sistemas de software se comunicam e compartilham dados, permitindo a integração entre diversas aplicações.

Por trás dessa sinergia estão protocolos de comunicação, que são as regras e convenções base que governam como essa troca de dados acontece. Neste material, vamos explorar protocolos de comunicação chave comumente utilizados em interações de API: HTTP, HTTPS, REST e SOAP.

HTTP: a base da comunicação web

O que é HTTP?

HTTP (Hypertext Transfer Protocol) é um protocolo consolidado e fundamental, utilizado para troca de dados na internet. Ele proporciona um conjunto de regras e convenções que definem como a informação é transmitida entre um cliente (geralmente um web browser ou uma aplicação) e um servidor (onde web resources são hospedados). 

Em sua essência, HTTP é um protocolo baseado em texto que opera sobre a camada de aplicação da suite de protocolo de internet, utilizando um modelo de request-response. Esse protocolo é o motor por trás da maioria de atividades relacionadas à web, desde o carregamento de uma página em um browser até a interação com uma API baseada em web. HTTP permite a solicitação e obtenção de resources como documentos HTML, imagens  e planilhas - itens que compõem e experiência web.

Papel do HTTP nas APIs

O cliente envia um request HTTP para o servidor, especificando o resource que deseja acessar, o método a ser utilizado (GET, POST, PUT, DELETE, por exemplo) e parâmetros adicionais. 

O servidor processa o request, obtém os dados necessários ou executa a ação solicitada, enviando uma response HTTP de volta, geralmente com um status code e os dados solicitados.

HTTP é simples, leve e stateless - uma excelente escolha para diversas APIs baseadas em web. No entanto, carece de features de segurança, o que levou ao desenvolvimento de seu equivalente seguro, o HTTPS.

Como HTTP funciona

Enquanto HTTP é sinônimo de web browsing, também serve como espinha dorsal de APIs baseadas em web. Quando você interage com uma API RESTful, por exemplo, está utilizando HTTP como protocolo. Requests e responses de API são desenhados como mensagens HTTP, permitindo que desenvolvedores realizem a implementação e trabalhem com facilidade.

APIs construídas sobre HTTP geralmente seguem estes princípios:

Baseadas em resources: APIs são desenhadas levando em conta resources, cada uma identificada por uma URL (Uniform Resource Locator) única.

Métodos standard: métodos HTTP (GET, POST, PUT, DELETE, etc.) são utilizados para executar ações em resources. Por exemplo: GET obtém dados, POST cria novos dados, PUT atualiza dados existentes e DELETE remove dados.

Stateless: cada request de um cliente para um servidor é independente e autossuficiente. Servidores não armazenam informações sobre o estado do cliente entre requests. Isso simplifica a escalabilidade e consistência.

HTTPS: segurança na transferência de dados

HTTPS (Hypertext Transfer Protocol Secure) é uma extensão de HTTP que adiciona uma camada extra de segurança à transmissão de dados. Utiliza protocolos de criptografia, como SSL (Secure Sockets Layer) ou seu sucessor TLS (Transport Layer Security), para proteger dados de ataques. HTTPS garante a confidencialidade e integridade da informação trocada entre cliente e servidor

HTTPS é essencial para APIs que lidam com dados sensíveis, como informações pessoais, transações financeiras e tokens de autenticação. Usuários podem confiar que seus dados estão seguros ao interagir com serviços que adotam HTTPS.

REST: Representational State Transfer

REST não é um protocolo de comunicação no sentido tradicional, mas um estilo arquitetônico que define um conjunto de restrições para criar web services. APIs RESTful utilizam o protocolo HTTP para comunicar e aderir a um conjunto de princípios:

  • Statelessness: cada request de um cliente para um servidor deve conter toda a informação necessária para compreender e atender ao request. O servidor não armazena qualquer informação sobre o estado do cliente.
  • Arquitetura cliente-servidor: o cliente e o servidor são entidades separadas que podem evoluir de forma independente. Essa separação simplifica a escalabilidade e otimiza a consistência do sistema.
  • Interface uniforme: APIs REST utilizam um conjunto de regras e convenções uniforme e consistente, tornando seu entendimento e utilização fáceis. Resources são identificados por URIs, e métodos HTTP standard (GET, POST, PUT, DELETE) são empregados para interagir com esses recursos. 
  • Resource-based: resources como usuários, produtos ou pedidos estão no centro das APIs RESTful. Cada resource é identificado por uma URI única.
  • Comunicação stateless: a comunicação entre cliente e servidor é stateless, ou seja, cada request do cliente para o servidor deve incluir toda a informação necessária para compreender e atender ao request.
  • Sistema em camadas: APIs REST podem ser construídas utilizando um sistema de componentes em camadas, permitindo flexibilidade e escalabilidade.

REST se tornou o padrão no design de APIs web por conta de sua simplicidade, escalabilidade e facilidade de uso. É particularmente apropriado para web services acessíveis publicamente e aplicações mobile.

SOAP: a velha guarda dos web services

SOAP (Simple Object Access Protocol) é um protocolo para troca de informação estruturada em web services. Ao contrário do REST, que enfatiza a simplicidade e o uso de métodos HTTP padrão, SOAP é mais pesado e flexível. Permite a troca de tipos de dados complexos e suporta features como segurança e transações.

Mensagens SOAP são tipicamente codificadas no formato XML e enviadas via diversos protocolos de transporte, incluindo HTTP e SMTP (Simple Mail Transfer Protocol). Esta tem sido uma escolha popular para web services de nível empresarial por conta de sua robustez e suporte a cenários complexos.

No entanto, SOAP é considerado mais complexo e menos amigável comparado ao REST, o que tem causado um declínio de popularidade nos últimos anos. A simplicidade do REST e seu alinhamento com práticas standard de HTTP o tornaram a escolha favorita de muitos desenvolvedores.

As vantagens do SOAP

SOAP tem diversas vantagens que contribuíram para sua longa popularidade:

  • Independência de plataforma: não importa se esteja rodando uma aplicação Windows, um web service baseado em Java ou um app mobile, SOAP pode facilitar a comunicação entre esses diversos sistemas.
  • Segurança: suporte a features de segurança como criptografia e autenticação, despontando como uma escolha apropriada para aplicações que lidam com dados sensíveis.
  • Consistência: entrega de mensagens consistente. Além disso, oferece features como mecanismos de reconhecimento, que garantem que mensagens sejam entregues e processadas sem perdas. 
  • Tratamento de erros integrado: forma padronizada de tratar erros através do elemento “fault” em suas mensagens, garantindo que o remetente e o destinatário entendam como tratar esses erros.

Limitações do SOAP

  • Complexidade: mensagens SOAP podem ser mais complexas do que outros protocolos de API, como REST, tornando o desenvolvimento e o debugging mais desafiadores.
  • Performance: o formato XML utilizado em SOAP pode ser mais verboso do que outros formatos de troca de dados, o que pode resultar em mensagens com tamanho maior e performance potencialmente mais lenta.
  • Menos amigável: SOAP não é tão intuitivo quanto outros formatos, o que pode tornar mais difícil o trabalho dos desenvolvedores.

Em conclusão, entender os diversos protocolos de comunicação utilizados em interações de API é vital para desenvolvedores e organizações que estejam em busca de construir, garantir a segurança e otimizar seus sistemas de software. HTTP e HTTPS formam a fundação da comunicação baseada em web, garantindo a transmissão de dados e segurança.

REST e SOAP representam duas abordagens diferentes no design de web services. Com sua simplicidade e aderência a convenções HTTP, o REST é a escolha mais popular no desenvolvimento moderno. No fim das contas, a escolha do protocolo depende de necessidades e limitações específicas do projeto em questão, mas ter um sólido domínio desses protocolos é crucial para enfrentar os desafios do desenvolvimento moderno de software.

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