História das APIs

No mundo moderno, onde já estamos acostumados com interações digitais fluidas e interconectadas, geralmente ignoramos o caminho que percorremos para chegar a esse avançado cenário tecnológico. APIs têm sido “heróis silenciosos”, moldando nosso cenário digital. A partir de agora, embarcaremos em uma jornada pela história das APIs, desde seu discreto início até seu papel central na era digital.

A faísca da computação

A história das APIs tem suas raízes nos primórdios da computação, quando a ideia de comunicação de software estava em estado embrionário. Os anos 1950 e 1960 testemunharam o nascimento dos computadores e, com eles, o surgimento de uma necessidade latente: facilidade para compartilhar e reutilizar código para simplificar o processo de desenvolvimento. Foi nesse período que o conceito atual de APIs começou a tomar forma.

Imagine o seguinte: programadores escreviam rotinas e funções, reunindo as mesmas em bibliotecas, e as compartilhavam com seus colegas desenvolvedores. Essas bibliotecas eram como um tesouro, oferecendo código pré-escrito que economizava tempo e esforço. Esse início abriu o caminho para aquilo que conhecemos hoje como desenvolvimento moderno de API.

O nascimento da World Wide Web

A história das APIs deu uma grande guinada com o advento da World Wide Web, criada por Tim Berners-Lee. Era o início dos anos 1990, e a web estava prestes a desbravar novos campos de troca de informação e colaboração. No entanto, havia uma questão a ser resolvida: como diferentes sistemas poderiam se conectar e interagir de forma global?

Foi quando apareceu o Common Gateway Interface (CGI), um protocolo que permitia que servidores web se comunicassem com programas externos, compartilhando dados entre um servidor web e um programa. Esse foi o início das primeiras APIs web, dando vida a conteúdo dinâmico e interatividade, e abrindo o caminho para o crescimento espetacular da internet.

SOAP: uma saga de API

À medida que a web continuava a evoluir, a necessidade de formas padronizadas e robustas de comunicação entre aplicações ficou mais evidente. Essa carência levou à criação do Simple Object Access Protocol (SOAP) no fim dos anos 1990. SOAP era como uma grande coreografia, onde cada passo era bem definido e todos sabiam as regras.

APIs baseadas em SOAP se tornaram populares, uma vez que permitiam que sistemas diferentes trocassem dados utilizando vários protocolos, desde HTTP até SMTP. Os padrões definidos do SOAP permitiram que desenvolvedores criassem aplicações e serviços de forma fácil e coesa. Rapidamente se tornou um recurso essencial no setor empresarial, atuando como ponte entre diferentes sistemas de software.

A ascensão do REST

Embora o SOAP tivesse papel significativo na história das APIs, também apresentava peculiaridades. Era visto como pesado e complexo, de certa forma, o que não se encaixava muito bem na web moderna e aplicações mobile. Isso levou à introdução do protagonista do nosso próximo capítulo: Representational State Transfer, mais conhecido como REST.

REST foi como um sopro de ar fresco no mundo digital, simplificando tudo com uma abordagem direta. Ele introduziu alguns comandos bem definidos como GET, POST, PUT e DELETE, que permitiram que aplicações interagissem com recursos web de forma harmoniosa. APIs RESTful, seguindo princípios REST, ganharam tração por conta de sua simplicidade e facilidade de uso.

Um dos momentos mágicos na história das APIs foi quando Roy Fielding apresentou sua tese de doutorado em 2000, revelando o estilo de arquitetura REST. APIs RESTful rapidamente se tornaram a escolha favorita para a construção de web services. Hoje, REST serve como base para diversas APIs que orientam a internet, desde gigantes como Google até apps de redes sociais.

APIs e GraphQL

APIs GraphQL atuam como mensageiros eficientes que fazem perguntas personalizadas aos servidores para buscar exatamente o que você precisa, sem excesso de informação. 

Essa linguagem, criada pelo Facebook, abriu uma nova era para a interação entre aplicativos e servidores web. Enquanto outras APIs perdem em precisão, transmitindo uma variedade de dados desnecessários, o GraphQL traz apenas as informações que você solicitou, tornando a comunicação entre aplicativos mais eficiente.

Essa abordagem "sob medida" é particularmente relevante quando adentramos no mundo em constante mudança nas redes sociais. Em um cenário onde a demanda por informações personalizadas é a norma, o GraphQL fornece dados de maneira precisa e ágil. 

Graças à sua flexibilidade e capacidade de reunir informações de diferentes fontes em uma única consulta, se tornou a linguagem de escolha para desenvolvedores que desejam criar experiências sociais online mais dinâmicas e adaptáveis, impulsionando a próxima geração de interações digitais.

A revolução de social media: onde as APIs encontraram amigos

Em meados dos anos 2000, aconteceu uma revolução digital na qual pessoas passaram a se conectar, compartilhar e socializar online de uma forma inédita. Plataformas como Facebook, Twitter e LinkedIn se tornaram os parques de diversão do mundo, e APIs desempenhavam um papel fundamental em seu sucesso.

Essas plataformas abriram suas portas e deram as boas-vindas aos desenvolvedores por meio de suas APIs. Desenvolvedores agora poderiam criar aplicações e serviços que se entrelaçavam de forma fluida com as redes sociais.. Usuários poderiam logar em diversos apps usando suas contas de redes sociais, compartilhar conteúdo e encontrar seus amigos. Não era apenas uma melhoria, mas uma otimização significativa da experiência do usuário, além de expandir o alcance dessas plataformas e base de usuários, alterando definitivamente o comportamento destes e suas expectativas.

O conceito de APIs “Social Graph” deu aos desenvolvedores a “chave” para acessar as conexões sociais e interações dos usuários. Isso mudou o jogo, permitindo que desenvolvedores criassem aplicações que prosperaram através das conexões e relacionamentos dentro das redes sociais, levando a uma revolução em social gaming, influencer marketing e incontáveis outras experiências digitais.

O ecossistema da App Store: um parque de diversões de apps

2008 foi um ano monumental na história das APIs. A Apple lançou sua App Store, criando um espaço sem precedentes para apps e um ecossistema dedicado a APIs. A App Store abriu a porta para desenvolvedores terceiros, os convidando a criar e compartilhar suas aplicações inovadoras para dispositivos iOS.

As APIs iOS da Apple deram aos desenvolvedores o poder de acessar features específicas dos dispositivos, como câmeras, GPS e sensores. Isso abriu um mundo de possibilidades, transformando a forma como nos comunicamos, trabalhamos e nos entretemos. O sucesso da App Store foi tão inspirador que outras gigantes de tecnologia, como o Google e sua plataforma Android, seguiram os mesmos passos. Isso marcou o início do conceito de “economia de apps” orientada a APIs, transformando app stores em marketplaces para APIs e conectando desenvolvedores com seus públicos.

Economia de API: todos convidados

Conforme a história das APIs se desenrola, elas começam a moldar não apenas como interagimos com a tecnologia, mas também como os negócios operam. O conceito de “economia de API” surgiu à medida que organizações repararam no grande potencial das APIs.

A economia de API incluiu a criação, gerenciamento e monetização de APIs. Negócios descobriram que, ao abrir seus dados e serviços por meio de APIs, poderiam aumentar seu alcance, construir novas parcerias e criar novas fontes de receita.

Essa mudança de mentalidade levou a uma efervescência no desenvolvimento de APIs e ao surgimento de plataformas de API Management. Empresas líderes de tecnologia ganharam mais protagonismo, permitindo que desenvolvedores terceiros construíssem aplicações sobre suas plataformas. Esse movimento impulsionou a inovação, à medida que desenvolvedores externos passaram a ter acesso a infraestruturas existentes para criar mais serviços e soluções de valor agregado.

A era moderna das APIs e a conectividade

Atualmente, APIs são os motores do cenários digital, unindo diversas indústrias, desde o mundo do e-commerce até os mercados financeiro, de saúde e IoT. A história das APIs chegou a um ponto no qual elas deixaram de ser apenas ferramentas para desenvolvedores - se tornaram habilitadoras de inovação digital.

Hoje, APIs RESTful, com sua simplicidade e escalabilidade, são as grandes estrelas. Elas dão vida à web, utilizando JSON (JavaScript Object Notation) como sua linguagem, devido à facilidade de uso.

No conceito de Microsserviços, aplicações complexas são quebradas em serviços menores e independentes. APIs têm papel decisivo na conexão desses Microsserviços, permitindo flexibilidade e agilidade no desenvolvimento de software. O futuro das APIs é um mar de conectividade. É um mundo no qual APIs GraphQL permitem que clientes solicitem precisamente os dados que desejam, reduzindo a confusão de buscar dados em excesso ou escassez. A computação serverless é onde tudo acontece, onde APIs são colocadas em produção e gerenciadas com a maior simplicidade, liberando desenvolvedores para que foquem no prazer de codificar, enquanto os provedores de cloud cuidam do restante. E a segurança de API garante que a performance continue segura e ininterrupta.

Conclusão: a jornada de APIs em curso

Em nossa jornada pela história das APIs, aprendemos como elas evoluíram desde seu discreto início até se tornarem as arquitetas do nosso mundo digital. Com sua habilidade de conectar, inovar e criar novas experiências, APIs estão no centro das nossas experiências digitais. Quando olhamos para o futuro, a história das APIs continua evoluindo, prometendo mais inovação, conectividade e melhores experiências a todos. É uma história que está longe de acabar e o melhor ainda está por vir!

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