Padrão De Arquitetura Hexagonal – Por Que É O Ideal Para Sistemas Escaláveis
Com o avanço das metodologias de desenvolvimento e a crescente complexidade das soluções tecnológicas, é fundamental escolher um modelo arquitetural que ofereça flexibilidade e escalabilidade sem comprometer a performance e a manutenção do sistema.
Nesse sentido, a Arquitetura Hexagonal, também conhecida como Hexagonal Architecture ou o padrão de portas e adaptadores, surge como uma excelente solução para promover essa independência, isolando a lógica de negócios das dependências externas.
Para saber mais sobre o assunto, continue a leitura e confira:
- o que é Arquitetura Hexagonal;
- como funciona o modelo hexagonal;
- exemplo de Arquitetura Hexagonal em ação;
- quais são as vantagens do padrão de Arquitetura Hexagonal;
- quais são as desvantagens do padrão de Arquitetura Hexagonal;
- como a Arquitetura Hexagonal pode otimizar estratégias de microsserviços.
O que é Arquitetura Hexagonal?
A Arquitetura Hexagonal, proposta por Alistair Cockburn, é um padrão de arquitetura de software que visa isolar o núcleo da aplicação, ou seja, o centro hexagonal, das suas interações com o mundo exterior, como o banco de dados, a interface do usuário (UI), ou outras aplicações externas.
Esse isolamento é realizado por meio de portas e adaptadores, o que permite que a lógica de negócios permaneça independente de qualquer mudança externa.
Já o nome se deve à forma de representação visual dos componentes da arquitetura, que lembra um hexágono. No centro hexagonal está o núcleo da aplicação — ou seja, a lógica de negócios que define as regras e os processos principais do sistema. Em torno dele, "portas" e "adaptadores" conectam a aplicação ao mundo externo.
Nesse sentido, a Arquitetura Hexagonal pode ser vista como uma evolução das arquiteturas tradicionais, como a arquitetura monolítica, e é especialmente eficaz quando aplicada em sistemas que necessitam de grande flexibilidade, escalabilidade e manutenção.

Como funciona o modelo hexagonal?
A estrutura da Arquitetura Hexagonal permite que a lógica de negócios se mantenha isolada, enquanto adaptações externas podem ser feitas sem impactar o centro da aplicação. Confira:
Centro do hexágono: o núcleo da aplicação
O centro hexagonal é o núcleo da aplicação, onde ficam a lógica de negócios e as regras do sistema. Ele é isolado de dependências externas, como banco de dados ou UI, garantindo que a lógica permaneça consistente e não seja afetada por mudanças externas.
Lado esquerdo do hexágono: o ator principal
O lado esquerdo do hexágono representa o "ator principal", que inicia a interação com o sistema, recebendo comandos ou solicitações, como um formulário ou requisição API em uma aplicação web.
Lado direito do hexágono: o ator secundário
O lado direito do hexágono representa o "ator secundário", que responde às interações do ator principal, sendo responsável por ler, escrever ou modificar dados, geralmente com sistemas externos como bancos de dados.
Portas e adaptadores: facilitadores da comunicação
As portas são interfaces que permitem a comunicação entre o centro do hexágono e os lados esquerdo e direito. Existem portas primárias, que interagem com os atores principais, e portas secundárias, que conduzem a ação até o ator secundário, mantendo o fluxo da aplicação.
Já os adaptadores são responsáveis por usar as portas do hexágono e podem ser modificados ou removidos dinamicamente.
Confira um exemplo de Arquitetura Hexagonal em ação
A seguir, vamos ilustrar o funcionamento da Arquitetura Hexagonal com um exemplo simples de registro de dados:
- o ator principal (um formulário enviado por um usuário) envia dados para o sistema através de uma porta primária;
- o centro do hexágono recebe esses dados e processa a lógica de negócios (ex: validação dessas informações);
- a partir daí, o centro hexagonal chama uma porta secundária para interagir com o banco de dados;
- o lado direito do hexágono (o banco de dados) grava as informações.
Neste fluxo, a lógica de negócios é mantida no centro, isolada de qualquer dependência externa. Isso facilita testes e modificações no sistema, pois qualquer mudança nas tecnologias externas (como trocar o banco de dados) não afetará o núcleo da aplicação.
Saiba mais sobre a Inversão de Controle (IoC)
O conceito de Inversão de Controle (IoC) altera o fluxo típico, ou seja, em vez do domínio chamar diretamente a camada de dados, a IoC delega esse controle para outra instância, como uma interface ou serviço, garantindo que o banco de dados seja acessado de forma indireta, mantendo o domínio isolado.
O fluxo ajustado com IoC assegura que o domínio permaneça independente, sem se acoplar diretamente a tecnologias externas, e fica assim:
Lado esquerdo → Centro ← IoC → Lado direito
Quais são as vantagens do padrão de Arquitetura Hexagonal?
Agora que você já conhece a estrutura do padrão de Arquitetura Hexagonal, confira as vantagens desse modelo:
- isolamento da lógica de negócios;
- solução de serviços externos independentes;
- possibilidade de adiamento de algumas decisões técnicas;
- criação e substituição de adaptadores;
- aplicação fácil de testar;
- tecnologias fáceis de trocar;
- flexibilidade e escalabilidade;
- independência de tecnologias.
Quais são as desvantagens do padrão de Arquitetura Hexagonal?
A estrutura padrão de arquitetura hexagonal também possui desvantagens, são elas:
- complexidade adicional (construção de mais camadas);
- custo de criação e manutenção;
- ausência de diretrizes de organização de código (diretórios, camadas).
Leia também: Governança Adaptativa De APIs E Abordagem Multi-gateway
Como a Arquitetura Hexagonal pode otimizar estratégias de microsserviços?
Esse foi o assunto do bate-papo entre os arquitetos da Sensedia, Aldinei Simões e Carlos Pinheiro, no episódio do Sensedia Cast. Na ocasião, eles discutiram como a arquitetura hexagonal pode otimizar estratégias de microsserviços e abordaram os principais cenários de aplicação.
Também é discutido como ela oferece flexibilidade e desacoplamento e as melhores práticas para implementá-la de forma eficaz. Confira, a seguir, um resumo da conversa. Já para ouvir o bate-papo em formato de áudio, é só dar o play:
Quais são os cenários ideais para aplicar a Arquitetura Hexagonal?
A arquitetura hexagonal é ideal para microsserviços que precisam ser independentes e escaláveis. Cada um deles pode ser desacoplado de outras partes do sistema, permitindo que interaja com diferentes interfaces de forma eficiente, sem alterar o domínio central.
Isso é possível porque o modelo oferece flexibilidade, como exemplificado no caso de APIs REST, que podem ser consumidas por vários adapters.
Quais são as melhores práticas ao usar a Arquitetura Hexagonal?
Para os especialistas, a chave para aplicar corretamente a arquitetura hexagonal é garantir que a lógica de negócios seja mantida independente, utilizando a responsabilidade única e a inversão de dependência.
A prática de criar microsserviços coesos que não dependem de integrações específicas é fundamental para garantir que o domínio permaneça puro e desacoplado de tecnologias externas.
Qual é a vantagem da Arquitetura Hexagonal para microsserviços?
A grande vantagem da arquitetura hexagonal para microsserviços é sua capacidade de oferecer flexibilidade sem comprometer a lógica de negócios. Ela permite que o sistema seja facilmente adaptado a novas tecnologias e interfaces, tornando-o escalável e preparado para mudanças sem afetar seu núcleo. Isso facilita a manutenção e evolução contínua da aplicação.
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Como vimos até aqui, a Arquitetura Hexagonal oferece uma abordagem robusta e flexível para o desenvolvimento de software. Ela também garante que a lógica de negócios permaneça isolada de dependências externas e que o sistema possa ser facilmente adaptado a novas tecnologias.
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