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APIX Stories POA - Banco Topázio

O Diretor BaaS do Banco Topázio fala mais sobre Open Banking no APIX Stories POA e como usar APIs num mercado tão regulado como o bancário.

Transcrição:

Agora a gente vai falar um pouco sobre, inclusive, um segmento que muito se fala, de usar a API, que é o segmento bancário, de open banking, what the hell? O que é o open banking? Como que empresas de um mercado tão regulado conseguem inovar usando a API, etc? A gente tem uma grata surpresa de ver o que o pessoal do Banco Topazio tem feito em relação ao open banking, em relação ao uso de APIs nesse cenário, nessa vertical, com muito mais conteúdo do que vários outros grandes bancos que a gente vê falando sobre open banking por aí.

Então não vou falar muito para o client poder falar, o client poder falar à vontade. Obrigado, fique à vontade aí. Boa tarde, gente. Então, bom, o Jairo estragou a minha piada, eu vinha aqui dizer que eu era a última coisa que restava entre nós e a cerveja, agora eu vou ter que bolar uma coisa no caminho. Mas obrigado pela oportunidade que a CECID abriu para a gente expor um pouco o caso. O Banco Topazio, somos um banco de pequeno porte, a gente não tem produtos para pessoas físicas, não somos um banco muito reconhecido, mas nós viemos do mesmo grupo que fundou a Getnet, fundou a Embratec, dona da rede Intercite, então é um grupo empreendedor. O banco existe desde 2005 e hoje o negócio tradicional do banco é vender crédito para a rede afiliada à bandeira ticket. Então o nosso cliente é o varejo de pequeno porte e esse é um dos motivos pelos quais provavelmente a maioria das pessoas não tem ou não terá uma relação direta com o banco.

Acho que é muito importante trazer para a história do banco e para o que vem pela frente a cultura do grupo, quando a gente fala de Getnet, quando a gente fala de Embratec, nós estamos falando de empresas de serviços de tecnologia. E acho que vocês vão perceber que muito menos que um banco nós estamos nos tornando uma empresa de tecnologia que casualmente tem uma licença bancária. Isso não sou nem eu que estou falando, isso saiu ontem um pitch da CTO do Citibank no mundo dizendo que os bancos vão virar empresas de tecnologia e esse processo parece já inevitável. O que a gente no Topázio está fazendo? Nosso viés de Open Bank é um tanto diferente do que se ouve por aí. O nosso público é a fintech, o nosso público é a empresa de pagamentos. A gente não tem a pretensão de distribuir produtos a clientes finais, a gente não vai lançar uma plataforma ampla de serviços, a gente não quer fazer abertura de conta, a gente não quer ser mais um banco digital. Eu não sou o Neon, não vou concorrer com o Original, não é esse o nosso negócio. A gente ajuda fintechs a colocarem seus serviços no mercado. E a gente entrou tardiamente nisso, vou dizer que essa é uma conversa que começou em julho do ano passado e a gente realmente botou o pé em fevereiro deste ano.

Então a base do grupo, porque a gente viu um mercado desatendido, players com integrações em arquivo, integrações manuais, trocas de e-mail. Começa a conversar com a fintech e vê um relato de dor que eu posso passar as próximas duas horas repetindo a choradeira. É uma experiência horrível, cara. Do cliente desse serviço. Então entendemos, poxa, podemos fazer melhor. A gente normalmente enxerga aí financeiras que têm uma baixa capacidade de investimento, até isso é uma das causas do serviço precário. Por mais que entendam que tem um grande mercado, falta essa vontade e ousadia de fazer acontecer. Gente, mercado de fintech, dizer que ele vai ter um forte crescimento, estatísticas de investimento nesse segmento do mundo, cresce exponencialmente em bilhões de dólares o quanto está sendo investido em fintechs ao longo do mundo. Grandes casos da China, grandes casos nos Estados Unidos, existem N exemplos e já existem alguns unicórnios fora. O unicórnio brasileiro é o Nubank, mas você tem uma Revoluts na Inglaterra. Então fora também de China e Estados Unidos já temos bons expoentes desse mercado.

E sempre tem a expectativa de quando é que as big techs, o que o Google vai fazer, o que o Facebook vai fazer. Esse mercado é muito aberto, então é muito fácil entrar. O que a gente pode dizer, e essa é uma fala já antiga, não existe vantagem competitiva sustentável no mercado financeiro. É tudo muito facilmente copiável. E por não ter uma expectativa de tornar um banco digital, de chegar ao usuário final, a gentenão compete com a fintech. Então esse é um ponto importante. Eu não vou disputar, eu não tenho ofertas concorrentes com aquelas do público que a gente atende. Então essa foi a oportunidade que a gente enxergou no mercado, só que é um banco que tinha um comportamento de empresa bem tradicional. As definições para chegar num projeto, você monta um BP, aprova o BP em N instâncias, até o projeto sair do papel ele já se tornou obsoleto, um monte de coisa que a realidade provou para todo mundo ao longo do tempo. E a gente enxergou um mercado que está baseado em integrações por API numa velocidade muito grande, com uma cultura de fazer diferente, de enxergar as coisas de forma diferente, de desafiar o status quo e tentar buscar algo novo. Cara, é muito diferente da imagem que se tem de um banco, é uma coisa mais tradicional, mais encaixotada, com seus ritos regulatórios, processos de aprovação, normas e etc. Então para a gente, putz, era uma cultura toda nova, uma coisa muito diferente, numa quebra de forma de fazer e de velocidade de agir.

A gente precisava aprender como é que a gente permitiria que essas fintechs conseguissem criar a melhor experiência de usuário que elas conseguissem. A gente entendeu rapidamente, é muito visível nas primeiras conversas, o foco da fintech é UX. Ela quer criar uma coisa que seja suave, que seja prazerosa, que o cara queira fazer. Ninguém acorda e diz, putz, que legal, vou entrar no aplicativo do meu banco. Ninguém faz isso. Sério, não tem nada de bom lá. E a gente precisava, como todo banco, apesar de ser um banco relativamente recente, também o drama do core bancário é um drama bem conhecido no meio. Essa aí tem toda uma complexidade de processos regulatórios, reportes a banco central, que partem da contabilidade, que por sua vez vem do transnacional dos produtos. E isso acaba sendo um dos motivos pelos quais todo sistema tem essa pecha de ser lento nos movimentos. E quanto maior o banco, mais difícil quebrar, mas nós pequenos ainda assim estamos tão longe dessa realidade. Então, como é que a gente conseguiria atender flexibilidade, velocidade, mudar a forma de trabalhar sem esbarrar nas limitações do core? E o que a gente fez? Cara, vamos nós também trabalhar como startup. Então, essa unidade de banco como serviço, open banking, a gente destacou do resto, começou a trabalhar com outros temas, praticamente adoção de princípios de design thinking, adoção de métodos ágeis, a construção de microserviços e de APIs como forma de atender esse mercado, desassociado core e tudo mais.

Gente, foi o primeiro contato de toda a estrutura com qualquer um desses temas. Não tinha experiência interna relacionada a isso. A gente começou essa jornada de forma até imatura de prática e depois foi desenvolvendo e foi uma jornada muito interessante. Inclusive, eu gosto de dizer, a gente foi mais ou menos os hackers culturais do banco, a gente tirou a camisa, tirou o paletó, tirou a calça social, começou a mudar a forma de se comportar, a forma de se vestir, a forma de falar, de muito mais para a rua ouvir o que a fintech precisava e trazer isso para dentro de casa e trabalhar com o foco todo voltado para fora, para o cliente, para aquilo que ele precisava. Então, a gente teve muitos passos de aprendizado nessa caminhada até aqui. E por que a gente optou pela plataforma de API dentro daquele kit ali foi algo que surgiu desde o início. Primeiro, alguém já comentou, extremamente consolidado no mercado de fintechs, não só no Brasil, no mundo. Hoje, falar de API é pré-requisito para falar com fintech. Esse, inclusive, é um dos motivos pelos quais a gente ganha negócio com facilidade, porque a gente entrou no mercado já com as APIs colocadas.

A gente consegue, pela combinação de microserviços e APIs, a gente consegue trabalhar N formatos de negócio sem precisar desenvolver nada novo internamente. Um dos conceitos que se aplica em Open Banking no mundo, basicamente, ele é a capacidade de recombinar serviços em novas experiências. Então, como é que você pega o cara que entrou no Facebook, está pesquisando sobre... entrou no Google, está pesquisando sobre um bairro onde ele quer comprar uma casa e você consegue levar ele para uma oferta suave, onde ele consiga chegar na contratação do seu crédito e avaliar aquele móvel, etc. Então, de inserir a experiência financeira na jornada do usuário. Então, issobasicamente, as experiências mais interessantes no mundo estão recombinando, muitas vezes, coisas que estavam prontas. Tem pouco desenvolvimento. Combinando muitas vezes coisas que estavam prontas. Tem pouco desenvolvimento neste momento em termos de serviço e core. Um dos pontos que a gente também entendeu e alguém falou de e-commerce aqui antes e o nosso grande case público é Mercado Livre. Cara, no momento que você está no checkout do e-commerce é o ponto de atrito mais importante. Tem que resolver rápido, você não tem tempo. Eu vou receber a chamada, vou pensar na vida, vou levar 30 segundos para responder. 30 segundos o usuário já desligou o computador, foi embora, desligou, saiu do... abriu outro aplicativo, acabou. Então você tem ali um segundo para receber, processar, devolver e permitir que esse processo ocorra com fluidez. É a mesma coisa que praticamente toda fintech quer. Que aquele usuário que chegou até ali no app fez um onboarding que ele tenha uma experiência suave, uma experiência agradável. Que ele não sinta, puta, estão me pedindo um monte de coisa, está muito difícil, é muito lento. É quebrar todas essas resistências que o usuário pode ter na experiência.

E quando a gente combinou isso com microserviços, a gente conseguiu um isolamento tão grande do core bancário que a gente já teve momentos de indisponibilidade do core bancário onde o serviço de geração de créditos não parou. Então isso foi uma coisa que a gente também conseguiu separar, tirou do core muito a responsabilidade. Na verdade, reviu o entendimento de para que serve o core como sistema de registro e trouxe muito da inteligência para cima. Parte de segurança, inclusive, está em construir na exposição das APIs as regras de negócio que permitem que elas sejam utilizadas por aquele parceiro naquele determinado formato e naquela característica. Então a gente criou em cima disso um portal, hoje um desenvolvedor de uma fintech, quando ele entra em contato conosco, a gente consegue dar ele acesso a uma plataforma, ele entra lá com a documentação da API pronta, uma mock, ele consegue chegar no centro, ele consegue praticamente deixar todo o processo de integração com o banco pronto sozinho. Acho que essa é uma das grandes vantagens do modelo da API, é essa flexibilidade, essa praticidade que a gente consegue oferecer para outra parte, diferente de uma troca de arquivo, diferente de outros formatos onde a gente precisa, um envolvimento um a um. Aqui a gente consegue deixar com que ele faça praticamente todo o trabalho, de forma que, vou dizer que no onboarding de uma operação, a parte de tecnologia é a mais fácil. Contrato, compliance, a gente vai cair em outras questões mais relevantes para fazer uma implantação. Mas a parte de tecnologia não impõe desafio e uma integração por API é uma integração muito simples de fazer. E com isso, o que a gente, quando digo, cara, hoje a gente ainda expõe essas APIs a parceiros determinados, mas a gente ainda não permite que qualquer um acesse o banco e enxergue as APIs e se plugue. O Jairo comentou, eu espero um dia chegar no ponto em que a pessoa faça o onboarding sozinha até a operação. A gente ainda não sabe se isso é prudente, mas é uma ambição. E no final, as APIs viraram um dos fatores centrais do nosso posicionamento. Isso aqui é a nossa definição do que é o nosso open bank. Então ela é uma plataforma de serviços baseada em API. Ponto. API, a gente não está falando, é base de trabalho. Todos os nossos parceiros operam em API. Então isso se integra hoje com o nosso core, traz toda a operação para o back office, completamente transparente para o cliente externo o que essa transação está fazendo, em que sistema ela bate. Ele não enxerga nada para dentro do banco. O que ele enxerga é aquele soquete na parede, pluga a tomada e daí em diante transaciona. Não tem muito mais o que dizer sobre isso.

Mas para a gente atingir aquele objetivo de criar uma estrutura onde a fintech pudesse desenvolver uma UX matadora que desse uma experiência real-time para o cliente, que ele conseguisse chegar na gente com uma facilidade grande, que a integração fosse simples, que o head da fintech, que o desenvolvedor encontrasse um ambiente amigável e se sentisse confortável em trabalhar em parceria conosco. Cara, realmente sem API a gente não teria feito nada disso. E só para ter uma ideia, hoje como um banco de pequeníssimo porteque começou nessa jornada em fevereiro mais ou menos, a gente tem mais de 43 mil chamadas diárias. Nossos negócios próprios são cerca de 40 milhões de reais por mês. A gente está gerando mais de meio bilhão. nas nossas APIs. Enquanto a gente gerava 120 contratos de crédito mensalmente, a gente hoje gera mais de 65 mil. Então acho que são números que para um banco de pequeno porte são bastante interessantes. Mas não pelos números em si, mas como eles se comparam com a vida sem API. O resto do banco continua funcionando de uma forma ainda mais tradicional. E por fim, o que a gente ganhou com isso? Ao adotar esse sistema, nós tivemos um reconhecimento no mercado de fintechs. A gente fala de igual para igual como fintech. Até uma coisa que dentro do banco, a nossa unidade, a gente se enxerga mais como fintech do que como banco. A gente está realmente muito mais próximo de ser fintech do que de ser banco. Passou a ser ruim ser banco. Então acho que a gente foi pioneiro em operações de câmbio via API. Acho que fomos o primeiro banco no Brasil a se lançar nessa empreitada. A parte mais difícil, por ser um mercado já estabelecido, foi achar um parceiro que topasse. Foi o que mais custou. A gente consegue hoje trabalhar lançamento de produtos numa velocidade inimaginável há pouco tempo atrás. Então no tempo em que os processos tradicionais de lançamento de produtos em bancos, normalmente se fala de até dois anos, não é incomum no mercado financeiro para um banco de grande porte falar de dois anos para ter um produto rodando. A gente consegue fazer hoje em dois, três meses produtos relativamente complexos que vão suportar volumes expressivos transacionais e carregar isso com segurança para o mercado.

E por fim, uma das coisas que a gente herdou do posicionamento como fintech, uma completa ojeriza a processos manuais. Se o processo não for escalável, se ele não puder crescer de forma independente das pessoas rumo ao infinito, provavelmente a gente não chegou no modelo em que a gente queria trabalhar. Ainda estamos na prancheta. Então hoje a gente de fato tem uma capacidade muito grande que tem desafios de infra, a gente ainda trabalha em data center, temos que ir para a nuvem, tem formas ainda de ganhar muita escala. Mas hoje não é um desafio crescer produto porque vai faltar braço, porque não vai ter como processar, isso hoje não existe. Isso é muito o que a gente aprendeu conversando com fintechs. E às vezes o pessoal elogia o que a gente construiu e a gente tem orgulho do que fez. Mas de fato, eu sempre digo, cara, a gente não somos gênios, não fomos brilhantes. O que a gente esbarrou foi num método de trabalho que desvai lá para fora e pergunta para o cliente. O modelo que a gente construiu é um bom modelo não porque a gente sentou dentro de casa, olhou para o umbigo e definiu o que fazer. A gente conversou com uma fintech, entendeu, desenhou um modelo, sentou com a segunda fintech e recebeu um monte de críticas sobre o modelo, sentou com a terceira fintech e já recebeu pouca crítica em cima do desenho. Então no final a gente teve o protótipo que não tinha mais pontos e aí o ponto não é só crítica, é o que faz disso aqui o serviço ideal para ti. Quando a gente chegou, pô, não tem mais resposta para essa pergunta e eu não quero ser o Steve Jobs para pressupor o que o usuário quer fazer, não é tão brilhante assim. A gente entendeu que tinha o produto a ser desenvolvido e levado a mercado. Então mais ou menos essa é a nossa história. Espero ter contribuído para a experiência de vocês e estou aberto às perguntas.

Legal, cara. Números impressionantes. Uma iniciativa muito mais original do que o banco original. Alguém tem perguntas? Antes de mais nada, parabéns. É muito legal. Quando, por exemplo, ali a API de câmbio que você falou que vocês foram pioneiros, a minha curiosidade é da porta para dentro. Você disse que vocês tentaram fazer os processos serem muito automatizados. Vocês também revíram os processos internos? Não foi só um programa de API? Legal, Gerardo.Acho que basicamente como a gente posicionou para o mercado de fintechs, e aí eu preciso separar um pouco as operações de câmbio. A gente está tratando de clientes de câmbio consolidado, então são facilitadoras de pagamentos internacionais e remessadoras. Então não importa quantas pessoas batam na remessa por dia, se consolida em um contrato de câmbio por dia. Ou vamos dizer, facilitadora de pagamentos talvez o nome mais fácil para todo mundo associar é eBanks. Quem tem uma conta do Spotify deve ver eBanks na sua fatura do cartão. Na verdade, como o Spotify não está no Brasil, ela não pode faturar aqui, ela usa uma entidade local que é o eBanks, que coleta o dinheiro de todo mundo e faz uma operação para fora. Então vamos lá, uma eBanks é um cara que tem uns 17 milhões de usuários, entre todas as plataformas que ele fatura no Brasil, mas ele faz um contrato de câmbio por dia. Então acaba sendo um trabalho manual nesse sentido, a gente manteve porque câmbio a gente tem uma legislação de 20 anos de idade, muito rígida e muito difícil de flexibilizar. Embora a gente espere que sim, para o futuro próximo tenhamos novidades do regulador que tornem mais fácil a nossa vida.

Oi, Põe, Silvia. Eu estava pensando assim, eu já tive a oportunidade de conversar anteriormente sobre algumas questões, mas acho que a maior dificuldade, que é da porta para dentro, pegando um pouco a pergunta do Jairo, mas com outro viés, é o desafio do código cultural, porque a transformação é de dentro para fora, de dentro da pessoa para fora. Você tem que mudar o penso para mudar o fácil. Então, quais foram os principais desafios que vocês tiveram e o que motivou vocês a keep walking, a tocar em frente? Eu acho importante, porque às vezes você tem, até aqui, vamos dizer assim, temos uma mescla de pessoas que vêm de contextos mais tradicionais, ou que têm um foco mais disruptivo, e é importante entender como isso, como essa mudança, e como vocês foram perseverantes em fazer a coisa funcionar e mostrar resultado. 65 mil. Eu queria entender um pouco isso, acho legal compartilhar isso, se tu puder, por favor. Obrigado. Obrigado pela pergunta, Silvia. É uma pergunta complexa de responder. Acho que eu vou começar pelo porquê que a gente continuou, e aí eu vou chamar muita responsabilidade, porque eu sou alemãozinho, sou de Novo Hamburgo, sabe que alemão não é teimoso, teimoso é quem teima com alemão. Então, acho que uma vez que, quando esse projeto surgiu, entre o Kaique, que é o presidente do banco e eu, antes de abrir para todo o resto, a gente começou a estudar, e eu me apaixonei por esse mercado, formei minhas convicções e eu sei o que eu quero fazer. Então, acho que isso foi um fator muito importante, porque foi um desafio tremendo o tempo inteiro. Posso dizer que foi extremamente cansativo, conflituoso, trazer métodos novos, mudar a forma de trabalhar, levar para uma entidade que ainda tem uma cabeça tradicional, que, cara, eu não tenho certeza de quanto isso vai dar, mas eu sei que é por aqui e a gente vai. Então, esse espaço um pouco de sandbox, de ter a oportunidade de errar, é um monte de coisa que estão nos pressupostos da cultura ágil e dessas novas formas de colaboração, foram um grande desafio dentro do banco, que eu posso dizer que foram superadas com bastante desgaste pessoal meu, do time. Em vários momentos a gente falou, cara, nós vamos brigar por isso, porque a gente acredita nisso, a gente vai brigar, então vamos. Vou dizer que os desafios foram muito mais de governança, gestão, do que das pessoas. Das pessoas em si, acho que quando elas veem uma coisa dando certo, que o trabalho se torna mais leve, mais prazeroso, o ritmo de entregas, de realização, ele é melhor. Eu acho que comprar o staff com a ideia é muito mais fácil do que comprar a alta gestão. Acho que a cultura em si, a resistência ao novo, confiança, a gente vem de uma escola que confiança não é exatamente o que as empresas pregam. Mostra os números. E às vezes, cara, mas se eu for para a versão tradicional do PMI, eu estou naquele ponto em que eu posso errar em 100%, meu parceiro está no ponto em que ele pode errar em 100%. Cara, eu vou fazer projeção do quê? Isso é perda de tempo. Putz, o cara tem um modelo de negócio, a gente acredita nesse modelo denegócio, ele faz sentido. A gente passou por uma batelada de avaliação de compliance. Se a gente chegou até ali, é porque a gente acredita. suficiente do negócio para fazer ele. Então, acho que esse é um dos pontos mais difíceis, quebrar realmente a forma que a gestão pensa o negócio.

Legal. Uma pergunta, quantas fintechs hoje mais ou menos estão integradas? E você consegue contar o caso de uma ou outra que você realmente admira o modelo, o jeito que eles trabalham?

Cara, assim, o mercado de fintechs mapeado hoje ele tem mais ou menos 80 e poucas fintechs de crédito e tem mais um monte de nascedouras ainda. Mas integradas hoje nas APIs? Dessas 80 e poucas, 60 e poucas já desenvolveram um relacionamento conosco.

O grande ponto aqui de projetos interessantes, cara, eu posso falar, eu entrei no sistema bancário em 2005, é uma época em que o Sérgio Darse estava no Banco Central, estava começando a florescer o tema dos correspondentes bancários, inclusão financeira, e se falava muito em microfinanças, então tinha uma coisa de mais inclusão, era muito mote. E eu vou dizer que esse é um tema que me toca, talvez por ter sido muito exposto no início da minha caminhada no mercado financeiro, mas é uma causa que eu compro.

Então, tem uma gurizada do MIT que está abrindo aqui no Brasil uma fintech cujo usuário case é um cara de 24 anos na Rocinha que tentou fazer um curso profissionalizante, pagou com cartão de crédito, não conseguiu pagar a primeira parcela, se ferrou todo, e um ano depois o cara continua sem o curso endividado. Então, como é que você pega esse cara, traz ele de uma forma saudável para o sistema, com um aplicativo que ajude ele a compreender o que ele está fazendo, a um custo que ele pode pagar e não as taxas usuais de cartão? Então, eu gosto muito, muito mesmo, dos projetos que são orientados à educação e inclusão financeira. São os que mais me tocam.

Qual que é o nome dessa fintech, você lembra? Zipi. Zipi? Está em estágio pré-operação. Muito legal. Seguimos? Klein, obrigado. Obrigado, Felipe. Obrigado.

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