Open Finance: o que é o MQD
Acompanhar a agenda evolutiva do Open Finance não é uma tarefa fácil, e as instituições precisam ficar atentas às determinações do Banco Central para não perder os prazos. O Motor de Qualidade de Dados, mais conhecido como MQD, é mais uma exigência do órgão regulador para promover a otimização do compartilhamento de dados entre os participantes do Open Finance e melhorar a experiência do cliente final.
Neste bate-papo, você vai entender o que é o MQD exatamente, quais instituições serão obrigadas a adotá-lo e como podem se preparar para sua implementação. Quem traz os detalhes são dois especialistas da Sensedia em Open Finance: Gabriela Santana e Rafael Isquierdo.
Para conferir o bate-papo no formato de áudio, dê o play a seguir!
O que é o Motor de Qualidade de Dados e o que ele acrescenta ao Open Finance?
Isquierdo: Hoje o Open Finance já apresenta números altíssimos de compartilhamento de dados e consentimentos. Através do MQD, o Banco Central deseja garantir que a qualidade desses dados compartilhados pelo ecossistema - dados de cartão de crédito e contas, informações cadastrais etc - seja boa. É muito importante que as instituições compartilhem os extratos do cartão de crédito, por exemplo, atualizados em tempo real, para que as outras instituições possam consumir esses dados e utilizá-los da melhor maneira possível para oferecer melhores serviços para o cliente final.
Quais instituições devem implementar o MQD e quais são as determinações do Banco Central em relação a prazos e requisitos?
Gabriela: O MQD tem implementação obrigatória, determinada pelo Banco Central via instrução normativa - a princípio, a IN 441, depois substituída pela IN 575. Elas tratam principalmente de itens relacionados a monitoramento do ecossistema que as instituições precisam atender. Essa obrigatoriedade se aplica a todas as instituições participantes do Open Finance que compartilham dados, ou seja, instituições que implementaram as antigas fases 2 e 4. Não importa se a adesão ocorreu de forma obrigatória ou voluntária, o compartilhamento dessas informações com o regulador é obrigatório.
A implementação do MQD começou em abril de 2024. Até agora, tem sido feita de forma faseada, por grupos de instituições, começando por aquelas que tinham o maior número de transações de compartilhamento de dados. No primeiro grupo, instituições como Santander e Banco do Brasil começaram a implementação. Em seguida, ainda em 2024, entraram instituições como Sicredi, Caixa e Banco Bmg. A partir de julho de 2025, tivemos a entrada do Banco Inter, Neon e PagSeguro. A partir de janeiro de 2026, a obrigatoriedade se estenderá a todas as instituições que compartilham dados.
Isquierdo: Essas instituições terão o desafio de cumprir mais esse regulatório do Open Finance. Além do caráter de compliance dentro das instituições, o MQD também é uma demanda tecnológica porque envolve a implementação com requisitos técnicos claros estipulados pelo órgão regulador, com integrações de sistemas de Open Finance das instituições financeiras com os sistemas do próprio Banco Central. Por isso, muitos desafios surgem dessa implementação para que as instituições continuem compartilhando seus dados de forma segura dentro do ecossistema de Open Finance.
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Como a Sensedia pode ajudar as instituições na implementação do MQD?
Isquierdo: O primeiro desafio para as instituições é a capacidade de integração dos sistemas de Open Finance já implementados com os sistemas do próprio Banco Central. Hoje, as instituições precisam criar uma cópia dos dados que compartilham e submetê-las ao órgão regulador para que ele avalie a qualidade do dado.
Vale lembrar que o Banco Central estipulou uma pontuação para a qualidade dos dados: um dado com qualidade de 90% é considerado bom. As instituições com qualidades abaixo disso precisarão implementar melhorias para atingir esses indicadores. E essas integrações devem acontecer com alta disponibilidade e com um monitoramento robusto, por conta de SLAs de entrega dos dados e do indicador da qualidade do dado. A instituição deve monitorar essa integração e a qualidade desses dados sempre.
Gabriela: A Sensedia tem uma solução pensada para garantir a conformidade com os requisitos técnicos da especificação oficial do MQD. Nossa plataforma intercepta automaticamente as respostas das APIs elegíveis e as envia para o Events Hub, nossa solução voltada a arquitetura de eventos. Ele, por sua vez, gerencia de forma orquestrada o encaminhamento para o MQD, com políticas configuráveis de envio e segurança, para garantir que a entrega seja feita até mesmo em um cenário crítico ou adverso. Essa integração é feita através de uma plataforma low-code, que não exige codificação manual.
Conseguimos implementar o MQD em até 15 dias. Durante esse período, são feitos o setup do Events Hub e o provisionamento da infraestrutura do MQD, que fica no cliente. Também realizamos testes de conectividade e segurança, e integração com o ambiente de sandbox, até chegar ao go-live, que é o funcionamento da solução no ambiente produtivo.
A implementação do MQD é uma exigência complexa, mas também uma oportunidade de garantir a qualidade dos dados que circulam hoje no ecossistema de Open Finance.
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